11.12.10

A posição do eixo franco-alemão é clara.....


"O problema não é só os défices, também há fraquezas estruturais nas nossas economias [da zona euro] que temos de resolver", disse Angela Merkel, a chanceler alemã à margem da cimeira bilateral na cidade de Friburgo na Alemanha. Os dois países (n.a.: Alemanha e França) estão "determinados a colocá-las [essas fragilidades] na mesa" para "superar as diferenças de competitividade. Isto não é uma questão para a próxima [cimeira na] sexta-feira mas para o futuro", explicou.

Superar as diferenças de competitividade, sem alimentar financeiramente as economias visadas, resolvem-se de uma única maneira: saída dos países visados da zona euro. Sem mais e tão só.

O futuro mencionado está próximo: chama-se 2011.

A questão para nós portugueses, cobardes politicamente por natureza e seguidistas de Bruxelas por conveniências muito pessoais, é clara: ou nos passa a cobardia e negociamos a saída do euro airosamente, ou somos corridos.
Repito: prefiro a primeira, só porque a segunda não deixa qualquer margem de manobra.

10.12.10

Um vislumbre da desagregação nacional....

Inadmissível é um adjectivo possível; inaudito seria outro; inaceitável seria a palavra certa para definir o estado de espírito que me assola, como estou certo, tomará o espírito de milhões de portugueses. Medidas que são tomadas pela Assembeia da República não são acatadas em todo o território nacional ? E o Primeiro-Ministro só duvida da constitucionalidade da decisão do Governo Regional dos Açores - por sinal do PS - mas apressa-se a afirmar que respeita a decisão ?
Que país é este ? Um todo ou um conjunto de partes ? E depois ouço "doutos" burros defenderem a regionalização: que nos salvem depressa desta conjura, desta loucura politicamente colectiva em que se transformou Portugal.
Regionalizar para quê ? Para amanhã todas as regiões terem interesses específicos, que nada têm a ver com o todo, perdendo-se um bem incalculável: a união e coesão nacional, uma única visão social e as obrigatórias coerencia e direito natural.
Há um desequilíbrio intelectual em Portugal que conduzirá, a não ser travado, a um aumento do ódio e a uma redução drástica da propensão ao sacrifício em nome da solidariedade nacional, de um povo que sempre foi uno e indiviso. Chega de falar e escrever sobre o que não se sabe nem conhece; não queremos um país que continue a servir de balão de ensaio a não-pensadores, estadistas burros, governantes impróprios e opinion makers pagos para darem azo à sua propensão natural para o disparate. Este é um barrete que serve a todos, sem excepcionar niguém, a começar pelo PSD que hoje considera inadmissível a posição dos Açores (e bem) mas defende a regionalização (bem mal).
Este incidente gravíssimo com os Açores, mostra uma pequena dimensão do desastre em que se transformaria a regionalização de Portugal. Acaso os Açores não são Portugal ? Claro que são e sendo, as leis, decretos, decisões políticas e solidariedade nacionalsão as mesmas, sem excepção.
Ao contrário do Primeiro-Ministro não respeito a posição assumida nos Açores: repudio-a total e frontalmente.

7.12.10

E como é que comem ?

Assange e a Wikileaks tornaram-se, por estes dias, um fenómeno de mediatismo, depois de já anteriormente terem dado nas vistas pelas mesmas razões; a saber, ataques continuados contra os Estados Unidos da América, através da divulgação de documentação secreta, trocada por canais diplomáticos agora, por canais militares antes, por política externa americana, sempre. É curioso verificar que aos olhos da Wikileaks, todo o veneno das obscuras relações políticas e diplomáticas geradas no mundo têm e são de origem americana; porque ainda não vi qualquer publicação sobre qualquer outro país. É igualmente curioso constatar que as movimentações diplomáticas de sempre, que fazem parte integrante da História Universal, cruzando-se com intenções políticas e militares, sempre foram escrutinadas anos depois, permitindo a avaliação possível, dentro dos parâmetros normais: os vencedores fazem a história. A razão é simples: dos derrotados não reza a história.

No caso concreto da divulgação continuada e mais prometida, de informações diplomáticas norte-americanas, que como todas as informações e opiniões diplomático-políticas são de enorme sensibilidade, estas processam-se antes ainda de sabermos onde reside a vitória, quem são os gloriosos arautos da verdade histórica: temos o 11 de Setembro, os atentados de Madrid e Londres, as cartas armadilhadas, temos toda uma estrutura terrorista que parece, agora, muitíssimo abalada, incapaz de perpetrar algo, mesmo que distante, do hediondo crime de 11 de Setembro, mas temos uma estrutura que ainda não está aniquilada. Por outras palavras, a vitória ainda não pode ser cantada, porque ainda não é certa. Ou ainda, se nos parece agora enfraquecida, nada nos garante que não renasça tal como Phoenix, do fogo e para o fogo e sangue. Falta muito caminho para andar mas, como em tudo, sabotar esforços para apagar o fogo insere-se numa estratégia, ela própria terrorista. Depois acresce, que se não estamos a falar só de terrorismo, estamos seguramente também a falar de capacidade económica, de poder económico. Esse poder económico que permite ao Irão e à Coreia do Norte terem investimentos colossais em poder nuclear, armamento, coacção. Numa situação de crise, económica, política e de equilíbrio mundial, é muito natural que os próprios parceiros sejam escrutinados, que haja uma opinião formada sobre os líderes que têm capacidade de mobilização de recursos, sejam eles económicos, físicos ou investigatórios. O facto de se analisarem amigos não pressupõe menor amizade mas tão somente uma preocupação fundada sobre esses amigos; e os amigos são os povos e não os líderes que os conduzem em determinados momentos da história: Chamberlain, víu o que quis, Estaline assinou o que quis, Mussolini uniu-se a quem quis, Hitler agíu como quis e, contudo, nada disto nos diz o que quer que seja sobre os respectivos povos. Nada de novo então. E hoje: o que se passará com a China, com a Índia, com o Irão e Paquistão, com a Rússia, Argélia e Arábia Saudita, só para citar alguns sem qualquer intenção de relevar importâncias: alguém sabe ? Não, ninguém, a não ser os inconfessáveis corredores de poder desses mesmos estados soberanos. Então porquê os Estados Unidos e porquê agora ?

Por serem poderosos economicamente, militarmente, por serem aliados dos judeus e de Israel, por terem um presidente negro, por estarem no Afeganistão, às portas do Irão, por terem estado no Iraque ? Porquê ?

Não sei responder a esta questão, embora possa calcular que a razão reside, em parte, em tudo o que foi enumerado e no restante, no que não foi.

Agora há uma questão pertinente que me assalta e para a qual não encontro resposta: quem alimenta Assange, todos os seus colaboradores, a Wilileaks ? Donde vem o dinheiro que permite a esta gente aceder a informação que teve de ser bem paga, quem lhes sustenta os vícios e necessidades (Assange estava em Londres, que não é propriamente uma cidade barata para se viver), o custo dos servidores, a propaganda, as conferencias de imprensa, em suma, toda a actividade terrorista a que se dedicam ? Quem sustenta ? Porque a intenção também parece clara e não oferecer dúvidas: enfraquecimento dos canais diplomáticos (leia-se espionagem), divisão entre os aliados ocidentais, formação errónea da opinião pública, manipulação da política e da economia a nível global. Terrorismo puro e duro.

P.S. Será bom recordar, porque a memória não sendo curta é por vezes traiçoeira, que numa operação semelhante ao 11 de Setembro de 2001, em 7 de Dezembro de 1941 os japoneses empurraram os americanos para a guerra, tendo o seu enorme esforço económico, em homens e equipamento, invertido o curso de uma ocupação territorial que só os ingleses teimavam em combater.


1.12.10

facilitismo na crítica à classe política ? Onde ? Como ?

Criticar a classe política não configura ceder a uma tentação, como pretende o Senhor Presidente da República, mas antes constatar um facto: Portugal está insolvente por inteira responsabilidade da classe política e dos clientelismos políticos; por toda a impunidade que sobreveio com a classe política e o desaforo com que foi exercido o poder, somente numa optica pessoal, sem levar em conta o interesse nacional. Mas compreende-se; também o Senhor Presidente, que se perfila hoje tão distante dessa coisa que é a política partidária, já foi, ele próprio, um activo político com as maiores responsabilidades na condução do país.