26.3.10

Requere-se União.....

A hora é de união no PSD.
Com a vitória de Pedro Passos Coelho exige-se uma força e sentido único no PSD. Não há um unico líder que sozinho consiga conduzir os destinos de um grupo, de um partido, de um paaís, de uma sociedade com sucesso.
É necessária a participação dos mais capazes, dos intelectualmente mais capazes, para que estes arrastem outros, façam nascer ideias, desenvolver projectos e projectar Portugal no futuro.
A hora é de união no PSD.
Pedro Passos Coelho é o melhor líder para o PSD no momento: vai ganhar e ganhando ganha, obrigatoriamente o respeito e a confiança de todos os que se reveem no PSD. Mas, acima de tudo, é necessário colocar Portugal no trajecto dos portugueses e, depois, do mundo.
Quanto mais depressa se encetar a mudança de mentalidades no nosso paaís, mais depressa resolveremos os nossos problemas (temos aí para uns vinte anos de trabalhos esforçados). Se não se fizer agora, não se fará mais.
Todas as críticas são possiveis antes de...depois já não.
Haja esperança e que o novel dirigente se saiba escudar no conhecimento, na respeitabilidade, na experiencia e nos bons conselhos de todos, mas acima de tudo que se saiba rodear e que areje, definitivamente, um partido que apresenta sinais evidentes de mofo.

A Oportunida Perdida.....
Manuela Ferreira Leite sai do PSD como entrou; sem ideias, sem projectos, sem discurso, sem intenções de governar.
A estratégia (ausencia de) passou por uma colagem evidente a Belem, por uma liderança apática, hipócrita na forma de lidar com o interior do partido, fraca e titubeante a lidar com o eleitorado e afastada dos problemas nacionais, gravíssimos, na forma muitas vezes desconcertante como deixou fugir-lhe o discurso para o acessório, equivocando-se geralmente no essencial. Padeceu deste problema nos debates com José Socrates para a campanha das legislagtivas, padecendo de todos na forma como nunca interagíu com o país e não deixou aproveitar a força da bancada parlamentar do PSD, dotada de alguns oradores astutos. Aguiar-Branco foi um escudeiro fiel dos seus propósitos, que se reconhecem não terem sido nenhuns. Velejou na política como em dias de vento no mar: à bolina dos interesses de Belem.
Diz que sai de consciencia tranquila. Sai de facto, mas sem poder adjectivar, catalogar ou certificar qualquer tipo de consciencia, porque nada fez de político ou como política, a não ser criar um enorme mar de equívocos dentro do PSD.
Sai como entrou, sem coragem para o combate político. Sai não conseguindo ir contra as expectativas de Belem, mas indo frontalmente contra a vontade do PSD: chumbar o famoso PEC.
Todos sabemos que este PEC de nada serve e só custará uma ainda maior frustração nos mercados e na economia. A derrapagem das contas nacionais nos primeiros dois meses de 2010 é terrível a prenunciar um ano feroz para as contas públicas. O PEC, por seu lado, mostra que este irá ser um ano terrível para todos, mas fundamentalmente para os que estão economicamente carenciados, podendo avançar-se para um número perto dos 8 milhões de portugueses que, directa e indirectamente, sofrem na pele a ausencia de razão política e económica, de coragem política, de paixão política e de amor por Portugal.
Manuela Ferreira Leite teve a possibilidade de sair de cena como alguém que ama o seu país e não teme o necessário e inevitável custo das decisões políticas. Tinha a seu favor o ir sair, pelo que esse custo seria nulo sob um ponto de vista político, que não pessoal. Mas já Jorge Sampaio assumíu o custo pessoal quando demitíu Pedro Santana Lopes e não temeu nem tremeu.
Manuela Ferreira Leite quis agradar a Belem e ser colocada no pedestal da "boa moeda", do seu amigo de sempre, para que este não fosse confrontado com uma crise política (porque a crise económica está cá toda, com ou sem PEC, com ou sem governo). Fez mal.
Até porque ninguém está interessado neste momento em saber quem será o próximo Presidente da República.
Até porque ninguem sabe bem quanto tempo mais temos de euro, de União Europeia, de acesso ao crédito em condições (não a qualquer preço) de não exterminar uma economia já afogada em dívida.
Até porque ninguem sabe ao certo quanto tempo mais este país aguenta esta 3ª Republica, como a desenham desde há 36 anos.

23.3.10



O PSD caíu no conto do vigário....
Ninguém parece dar-se conta do logro que constitui trazer para a praça pública o debate entre candidatos à liderança do PSD.
Toda a gente assiste ao mediatismo da contenda como se fosse algo de natural; e não é.
A discussão entre as propostas dos candidatos é um problema interno do PSD. A discussão deveria fazer-se ao nível das concelhias e distritais e não com exposição pública nacional.
Primeiro, porque só uns milhares (talvez entre 40 e 70 mil) votam nas directas, direito que assiste a quem é militante do partido e tem as quotas em dia. Depois, porque as intenções e oratória próprias destes momentos devem ser canalizados internamente e só internamente.
Quando as eleições se decidiam em Congressos ainda vá, que se assisti-se ao combate político entre moções, uma das formas possíveis de galvanizar quem estava fora da política. Agora que as eleições são directas, o discurso dos candidatos só interessa a quem tem o direito de votar (os tais milhares, poucos).
Aliás, o espectáculo mediático encenado é ímpar na política nacional.
Espremer os candidatos a líderes do PSD frente ás camaras de televisão equivale a um suicídio político destes, mesmo antes de se ir a votos nacionais. Porque a ideia que fica, para quem assiste ou lê/ouve comentários posteriores é a de que já conhece as ideias e linhas programáticas do vencedor, quando esta ilação é falsa. Uma coisa é o debate interno, outra bem diferente o discurso político virado para eleições nacionais.
Porque internamente há coisas que não se explicam por desnecessárias. Porque internamente há zangas, birras e pequenos ódios de estimação, cultivados durante anos de combate político por lugares ao sol, que nestes momentos não se conseguem evitar demonstrar. Porque também há muita coisa que já se sabe, porque se está dentro da máquina partidária e não faz sentido explicar aos militantes. Também porque estes votam por arregimentação das suas vontades, numa lógica partidária de apoios e ascensões internas.
Discutir moções partidárias para eleições partidárias só fustiga os partidos que o façam. É um logro, também porque parece mostrar um partido desunido, com as entrevistas a serem conduzidas numa lógica de uns contra os outros, quando numa luta partidária interna esse é o cenário natural, uns contra os outros. Porque depois sempre aparece a apelar á união, com se de desunião se tratasse. O PSD já teve lutas piores do que esta pelo poder interno e sobreveio sempre o sentimento de unidade em torno do líder.
E depois cai-se na tentação de confundir os militantes votantes nas directas com os eleitores do PSD.
Os primeiros há muito que decidiram em quem votar.
Os segundos, que englobam aqueles mas são incomensuravelmente muotos mais, não votam agora, podendo ou não faze-lo dentro de meses (logo se vê), mas estes debates não configuraram qualquer tipo de campanha eleitoral nem pretendiam contribuir para elucidar o eleitorado. Mas pareceu, aos olhos de muitos pareceu e isso foi mau.

13.3.10


Escrevi há pouco tempo que simpatizava com a candidatura de Paulo Rangel. Alguma razão em especial ? Sim, sem dúvida: diminuir a candidatura de Passos Coelho.
Mas porquê ? Porque Passos Coelho está fortemente apoiado num político fortemente baseado nos conceitos e conhecimentos do que é e como funciona a demagogia política.
Assim, não foi difícil perceber que o discurso de Passos Coelho seria, como foi, forçosamente o melhor, neste Congresso Extraordinário do PPD/PSD.
Mesmo a gaffe relativa a Alberto João Jardim (fora do contexto do discurso que tinha sido preparado detalhada e minuciosamente, como se de um rasgo de inteligencia se tratasse e se tal fosse possivel) não impedíu uma saída triunfal para a vitória final, de Pedro Passos Coelho.
Aguiar-Branco é fraco, embora com muitos anos de política.
Paulo rangel está demasiado fresco, tem pouca ou nenhuma argúcia política, está igualmente encostado a interesses e não procura a ruptura, a não ser em relação a determinados sectores do PPD/PSD que já existiam, mas acima de tudo é um homem medroso, como mostrou no arranque da campanha.
Não tenho dúvidas: Passos Coelho vai ganhar as directas no partido.
Igualmente, não tenho qualquer dúvida que vai ser excepcionalmente bem aconselhado ao nível político.
Tenho todas as dúvidas, direi mais, certezas, de que será um péssimo Primeiro-Ministro, porque será mais do mesmo, do pior que Portugal já viveu na sua História longa e rica.
Igual só D. Manuel I.

11.3.10

O que se diz cá dentro não tem, por norma e como sabemos, correspondencia com o que se entende lá fora.
Um exemplo: muito embora tenha sido apresentado pelo governo o Plano de Estabilidade e Crescimento, que supostamente irá criar condições para reduzir o défice e a dívida pública até 2013, a procura de dívida portuguesa (os credit default swaps) superou a oferta nos mercados, no dia de hoje.
Para bom entendedor......